quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Feitiço de Ano Novo!

2011 chegando ao fim... E aí!? O que você deseja para 2012??? E o que você já está providenciando para realizar os seus novos projetos??? Bom, podemos começar o ano com a alma e a casa lavadas!!! Isso mesmo, nada como uma super faxina em casa nestes últimos dias do ano para jogar fora aquilo que não presta mais e dar espaço para o novo entrar em sua vida!!! Seja simples, faça uma limpeza em casa, veja o que você já não usa mais e livre-se disso, aquilo que não presta, não funciona, joga fora! Aquilo você ainda poderia usar mas já está de saco cheio, dê pra alguém... Se você tem aptidões artísticas, recicle muita coisa, transforme lixo em arte... Mas se, como eu, você não tem as tais aptidões artísticas, jogue fora mesmo, fazer o quê!? O importante é deixar a casa limpa... Bom, depois da faxina feita... leve ao fogo uma panela grande (um caldeirão seria bem mais folclórico né hihihi) com bastante água, quando essa água começar a ferver jogue nela um punhadinho de sal grosso e um montão de folhas de louro. Diga as palavras:
    “Ano que vai, ano que vem... 
    Nossa vida, um eterno vai-vém!... 
    Com o sal espanto o mal, com o louro recebo o bem... 
    Ano que vai, ano que vem... 
    Pro novo ano desejo também... 
    Paz, amor e harmonia... Amém!!!” 
Apague o fogo, tampe a panela e espere esfriar. Despeje a poção num balde e com um pano bem limpo vá passando no chão de sua casa... O piso aqui de casa é cerâmico, daí não tenho problemas em passar um paninho úmido no chão, agora se seu piso é de madeira ou é carpete, ah, torça muito bem o pano antes de passar, não é preciso “lavar” o chão com essa poção... Ah, só um detalhe, as folhas de louro que foram usadas na poção deverão ser jogadas na natureza, pode ser um jardim, um parque, você pode enterrá-las, ou mesmo lançá-las ao mar ou num rio... afinal são biodegradáveis...
Folhas de Louro
Sua casa estará pronta pra receber o novo ano!!!

Ótimo livro!!!!

Este livro é da escritora chilena Isabel Allende... Ganhei-o de presente de Natal e, mal comecei a ler, adorei o livro... Já conhecia a escritora e gostava muito de seus textos... Mas este livro me surpreendeu... Logo logo espero provar algumas de suas receitas e ver se funcionam... hahahahahahahaha...
Ah, o nome certinho do livro é Afrodite – Contos, Receitas e Outros Afrodisíacos ed. Bertrand Brasil. Tá meio carinho, paguei R$89,00, mas vale muito a pena!!! Recomendo mesmo sem ter terminado de ler ainda...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Numa estação do metrô...

Às três e pouquinho da tarde de uma quinta-feira, Antônio pega o seu violino e se dirige a uma estação de metrô. Leva consigo o seu bem mais precioso, um violino, dentro de um estojo lindíssimo. O tal violino havia sido presente de seu finado avô. Antônio gostou tanto do presente que se dedicou inteiramente a aprender como aquele instrumento funcionava... 
Quando tocava o seu violino, Antônio era levado a outro mundo, sua mente se libertava deste mundo ordinário e voava livre pelo tempo e espaço... Eram melodias belíssimas, celestiais...
Antônio chega até a estação de metrô, põe-se à entrada desta, abre o estojo de seu violino, deixando-o aberto no chão, próximo a seus pés, pega o violino, o arco e começa a tocar... O som melodioso se espalha por toda a estação...
As pessoas que passam por ali ficam extasiadas com o “show” de Antônio e param por alguns segundinhos diante dele. Algumas se aproximam e deixam dentro do estojo aberto do violino um dinheiro: moedas, notas de dois, de cinco e até de dez reais...
Enquanto isso, Antônio parece estar num transe, não percebe nada além de sua música... Alheio a tudo e a todos à sua volta... toca o seu violino... Livre! 
Depois de um bom tempo, Antônio começa a diminuir o ritmo, como se estivesse preparando-se para voltar à Terra... Finalmente cessam-se os movimentos, não há mais som, as pessoas se dispersam. Ali fica Antônio com seu violino. Ele decide então guardar o seu instrumento e ir embora. Nesse momento Antônio vê que o estojo de seu precioso violino está cheio de dinheiro... Meio sem entender, e até mesmo um pouco bravo, Antônio recolhe todas as notas e moedas, vai até um cesto de lixo e joga fora todo aquele dinheiro enquanto resmunga: ‘Gente estranha!!! Eu lhes ofereço arte e em troca eles jogam esse monte de porcarias no estojo do meu violino...’ 


Tanyno

sábado, 18 de junho de 2011

Um pouco mais de zoologia...


Helloowwww!!! Vamos lá... com mais um pouquinho da zoologia do Waldeney. Hoje ele fala sobre os morcegos...

“Museguo
Morcego é passarinho que tem pinto como o neném da Zefa. Eu vi. O Carlipe caçou um não sei de que jeito. Mas eles têm dente pra morder o pescoço dos outros. O ninho deles é de cabeça pra baixo. Mas não sei se tem ovo. (...)
Tem um moleque que já viu um morcego fazendo semvergonhagem com a morcega, mas os dois estavam escondidos dentro das asas deles. Disse que eles gritavam que nem gente. (...)
Uma noite eu fui no barraco atrás da cisterna e estava lá o Crebes batendo na mulher do João da bicicletaria. Ele agarrava ela com raiva e mordia o pescoço dela. Ela gemia de tanto apanhar. Eu fiquei bem quieto, porque eles podiam ter raiva deu aparecer no meio da briga deles. Eu ia até contar pro seu João, mas depois que o Crebes parou de bater, ela agarrou ele e começou a ganhar a briga e fez ele ficar caído no chão, sem força pra fazer nada. Aí ela puxou os cabelos dele e ele reclamou e os dois continuaram a brigar. Eu saí depressa dali.
O resto da noite eu fiquei pensando naquilo. – Quem é que estava batendo e quem é que estava apanhando? Gente é um bicho muito esquisito. Eles fazem as coisas deles que nem morcego e não deixam ninguém saber. (...)
(...) Morcego dizem que é demônio. Eles mordem o pescoço dos outros feito filme de vampiro que diz que tem. Vai ver o Crebes é isso. Ele mordia o pescoço dela e ela punha a cabeça pra trás e ele mordia ainda mais. (...)” [Pag.: 47]

A inocência infantil é linda né... Pena que, uma vez perdida, é coisa que não se recupera nunca mais...

domingo, 24 de abril de 2011

Muito lindo...

Faz tempo qu'eu não escrevo nada, né... Mas o de hoje vale a pena... Gente, eu achei um livrinho tão bonitinho... e triste também... Mas o importante é que nos faz refletir... O difícil vai ser encontrá-lo... Eu o achei de forma meio mágica. Mergulha em sebo ou joga no google, de repente... Vou transcrever uma pequena parte dele. O nome do livro é "Caderno de Zoologia do aluno Waldeney de Jesus da primeira série da escola da vida", é meio compridinho né, o autor Syllas Mendes David, ed. Civilização Brasileira. Quem é Waldeney??? É um menino, pobrinho, como tantos outros, sua mãe exerce a profissão mais antiga do mundo, ele mora com a avó que pelo jeito tem uma relação meio difícil com ele e a mãe. "Falando de bichos, [Waldeney] fala de si mesmo, dos homens, das coisas e dos acontecimentos que o rodeiam. Faz de modo ingênuo o retrato dos guetos metropolitanos."
Bom, agora transcrevo como começa o livro:

Vaqa
Escola é muito chato. A tia fica escrevendo os deveres dela e manda a gente dormir ou então rabiscar no caderno. Ela dá reguada em quem mexe com o colega. Se você fala, ela te belisca. Ela só dá nota para quem escreve puxação de saco.
(...)
Judiar dos bichos é a maior ruindade. Tem homem grande que fura o olho de passarinho para eles cantarem que nem ceguinho que pede esmola. (...) Se os bichos pudessem reagir, eles deviam se vingar. Os mais fortes podiam proteger os fraquinhos. Tem elefante, tem pantera cor-de-rosa, tem baleia. Você mexia com um coelho, vinha um rinoceronte e te chifrava. 
(...)
O bicho que mais vive amarrado acho que é a vaca. (...) 
A vaca faz um xixi branco que eles espremem para vender nas fábricas. Uma lata custa muito caro. É pra neném que está morrendo.
No presépio que o Santo fez tinha uma vaca de papelão. Eu rezei para ela pra achar o meu pai. Neste subúrbio só tem cachorro. Eu nunca vi uma vaca de verdade. A tia disse que ia trazer uma para a escola, mas trouxe foi um desenho muito pequeno e mandou a gente fazer exercício. (...) Então ela mandou. - Copia aí, pestaloze vagabundo: A vaca dá carne, leite e couro. (...) Cem vezes.
A tia é brava. Ela não liga para nós. Mas ela não esquece castigo. O pai do Renisberto veio na escola pra bater nela. Chamou ela de vaca. 
- Que mal tem ser uma vaca? A professora não dá coisa nenhuma pra nós. [pág.: 9]

E assim, Waldeney vai falando sobre vários animais... Ainda não terminei de ler o livro, então provavelmente vou escrever sobre ele de novo. É muito bonito, vale a pena procurá-lo!!!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O homem chocolate...

Anita era uma menina nascida no interior do Rio Grande do Sullll...
Estava rodeada de muita gente, muitos irmãos, muitos primos, muitos tios, muitos vizinhos... E todos, como ela, descendentes de alemães, todos muito brancos, olhos bem claros, louros...
Aos 11 anos, Anita e sua família tiveram que mudar-se a São Paulo. Veio quase a família toda, inclusive a sua avó, velhinha alemã, muito simpática e com uma imaginação tão grande quanto a sua doçura...
Um dia, Anita chegou em sua casa espantadíssima... sua avó ao vê-la assim quis logo saber o que havia acontecido... Então, Anita lhe contou que na escola nova, havia um guri que era marrom bem escuro!!! Claro, Anita estava falando de um menino que era negro... Até esse dia, ela nunca havia visto nenhum negro em sua vida... vidinha monóóóótona que levava no interior do Rio Grande so Sullll... Nem TV a pobre assistia, seu pai dizia que TV era coisa do demo, por isso não tinham uma...
Sua avó, que já havia visto pessoas negras, pensou, pensou e pensou... E, sem saber muito bem o que responder a sua neta, disse com um sotaque alemão bem carregado: “Ah, vai verr a menino que você viu erra feita de chocolata!”
“Nossa!!!! Menino de chocolate!!!!” – Pensou Anita...
No dia seguinte, Anita foi à escola, louca para ver de novo o tal “menino de chocolate”...  Entraram todos na sala e lá estava o menino... Chamava-se Antônio, mas todos os colegas o chamavam de Toninho.
Anita não tirava os olhos de Toninho... “De chocolate!!!” –pensava obsessivamente– “Deve ser gostoso...”
Coitado do Toninho... Se ele pudesse imaginar o que estava passando pela cabeça daquela menina...
Na hora do recreio, Anita viu que Toninho estava sentado comendo um pedaço de bolo, ela foi logo se aproximando dele... com uma carinha angelical... meio sorridente... Toninho que era muito educado, ao perceber que a menina estava praticamente em cima dele, disse um singelo “oi”... E como também era muito carinhoso estendeu-lhe a mão que segurava o pedaço de bolo e disse: “Você quer um pedacinho?”
E Anita, sem se fazer de rogada, ...“nhak” ... Deu uma dentada no braço de Toninho...
“Ahhhhiiii!!!!” –Gritou Toninho.
“Hum!?... Mas não tem gosto de chocolate...” –Pensou Anita.
A partir desse dia, claro, Toninho nem olhava para a Anita... “Vai que essa louca me morde de novo...”  –pensava.
Mas Anita estava encafifada... Se ele era de chocolate porque não tinha gosto de chocolate?...
Bom, o tempo foi passando, Anita já tinha uns 20 anos e era uma moça muito bonita... Toninho também havia crescido, tinha virado um rapagão... e bem bonitão... Ele fazia muito sucesso com as moças de seu bairro... Só não conseguia esquecer aquela mordida... E Anita, embora já estivesse familiarizada com pessoas negras, não tirava da cabeça o que a sua avó havia lhe dito...
Um dia, numa quermesse de bairro, Anita esbarrou num rapaz, virou-se para desculpar-se quando viu que era justamente o menino de chocolate, ou melhor, o agora ‘homem’ de chocolate... Fazia tempo que eles não se viam...
“Desculpa... Foi sem querer... Tudo bem Toninho?” –disse Anita.
“Sim, tudo bem... E você? Faz tempo que a gente não se vê, né...” –respondeu Toninho e continuou– “Sabe, tem uma coisa qu’eu sempre quis te perguntar... Por que aquele dia na escola, quando a gente se falou pela primeira vez, você me deu uma mordida no braço?”
Anita ficou vermelha de vergonha, mas não hesitou em responder: “É qu’eu achei que você fosse feito de chocolate...”
“De chocolate??? De onde você tirou essa ideia???” Então Anita contou para o Toninho o que a sua avó tinha falado sobre o porquê dele ser negro...
“Hahahahahahahahaha... Sua avó disse isso!?... Quanta imaginação!” –disse Toninho.
Anita também riu e disse: “Pois é, mas sabe, você não tinha gosto de chocolate... Ou tem... e eu mordi a parte errada...?”
Toninho ficou meio sem graça, mas... pegou Anita pelos braços e deu-lhe o maior beijo... Daqueles de cinema... A moça ficou sem fôlego... “E que gosto tem meu beijo?” –perguntou ele. Sem saber o que responder e completamente desorientada, Anita só conseguiu dizer: “Sei lá, me beija mais!!!!!”
E assim, ficaram a noite toda se beijando... E o tempo foi passando... E os beijos foram ficando cada vez mais ousados... Até que... Mesmo sem Toninho ser de chocolate e mesmo sem Anita ter-lhe comido algum pedaço, que por ventura fosse de chocolate, Anita ficou com a barriga ‘cheia’!!! Que coisa, né!? Mas isso não durou muito, depois de uns meses a barriga da Anita voltou a ficar ‘vazia’, pois nasceu o filhinho deles... Não era uma criança de chocolate, mas parecia um bombonzinho...   

Tanyno